sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dezembro.

Sabe aquela trovoada tão forte que balança tudo dentro de você?
Ou uma caixa de som tocando tão alto que você sente seu coração martelando ao ritmo da música?
Uma pequena ajuda externa para fazer cada centímetro do seu corpo se sentir vivo; é disso que eu necessito.

Sinto como se cada dia que passasse fosse como o anterior; e de repente já é Dezembro.
O que eu fiz durante o ano de 2009?
Quantas vidas eu toquei, quantas pessoas eu influenciei, de quais formas eu mostrei o amor ao próximo?

Vejo os dias passando, e parece que estou numa espécie de sonho, onde não consigo falar, nem me mexer, somente olhar o que está acontecendo.
É aí então eu que desejo me sentir viva, me sentir beirando o meu limite; seja físico, emocional ou o que for.
Odeio a rotina. A vida tranquila simplesmente não me atrai. Preciso de algo, ainda que seja inexplicável.
Talvez até inalcansável.

Aí me pego numa atitude auto-destrutiva em busca do movimento, da adrenalina, talvez até da confusão.
Será isso mesmo necessário para eu me sentir viva?

Só sei que quero viver além dessa pacata e egocêntrica existência humana.
Quero viver com objetivos, com metas, com um propósito.
Respirar, agir, amar; fazer o bem.


Comer, correr, dormir, falar, pensar, ler, ver, sorrir, chorar,
Amar, fazer o bem.


Quero viver, e não apenas existir.
:~

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Não há ninguem capaz.

Overflowing with thoughts of being here, but in a different type of right now.
Sometimes I wonder how different life would be if I had never existed.
What would change? Who’s life have I impacted with mine?

I dozed off today to an open eyed sleep; remembering the tales of this little girl who used to never stop smiling. It was a long-lived life of only just a few human years. She was so quirky in her own little ways, capturing everybody’s attention.
Where did that little girl go? Only her pale shell stands in the place where once she jumped around in joy.
A broken smile, that appears not quite long enough to be noticed.
Is anyone there behind those eyes? Hidden behind the day-to-day lies.

I hope I find you, little girl.
You are in fact, dearly missed.



Senta aqui, espera que eu não terminei.
Pra onde é que você foi,

Que eu não te vejo mais?

Não há ninguém capaz,

De ser isso que você quer.

Vencer a luta vã,

E ser o campeão.
Pois se é no “não” que se descobre de verdade,

O que te sobra além das coisas casuais.

Me diz se assim está em paz?

Achando que sofrer é amar demais.



Eu deveria saber, poderia parar de me enganar e me forçar a enxergar a realidade.
Realidade deturpada pela minha vontade.
Eu enxergo o que eu quero ver, o que eu estou pronta para enxergar.
E você, consegue ver além da sua visão limitada pelo seu ego?

Deite em sua cama de egoísmo e pense mais um pouco em você.
Faça somente a sua vontade. Escolha somente o que te favorece.
Viva para si mesmo.
Morra só com você.

Não preciso mais me preocupar em te envolver no meu mundo. Não vou mais fingir que você se importa comigo.
Doce ilusão.

Você é incapaz de pensar em qualquer outra pessoa senão você. E isso, apesar de me machucar, só faz o mal pra você.
Não me entenda mal. Aqueles que te amavam ainda te amam, mas cansaram de tentar em vão.
Você acha que é feliz? Vale a pena ser feliz às custas da infelicidade dos outros? O mundo foi mesmo criado somente pra você?
Suas atitudes tem consequências, como um sopro do vento numa duna de areia. Transforma todo o formato.
Cada um tem o poder de influenciar o seu redor. Por que você destrói o seu? Você ao menos tem noção do que você fez?

Estou lavando as minhas mãos. E essa água se transforma em ácido, corrói a superfície, corrói a alma.
Mas terá que ser assim.

.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Effigy.

As cordas que nos seguravam se soltaram de repente chicoteando a minha face e queimando a minha mão, que em vão tentava segurar o restava de nós.
Eu engoli você. E meu estômago revirou. Vomitei você, tirei você de mim.
Tempo; dia, hora, minuto. Segundos que não estão mais aqui. Primeiros que foram esquecidos e agora nem na lembrança existem mais.
Eu queria saber quem é você, que se esconde atrás do tão planejado sorriso. Cabelos revoltos, unhas não feitas e olheiras que revelam noites mal dormidas.
Estás inquieta, assombrada pelos próprios demônios; cansada de lutar essa batalha sozinha.
Ouvi dizer que a dor sempre vem, mas sofre quem quer. Você consegue fugir dela? Quando ela virar a esquina, você irá correr e mergulhar no mar?
Você consegue sentir o sol queimar a sua pele? Incinerando de dentro para fora. Essa bebida quente escorrendo pelas mãos deixa claro que não é assim que você irá se refrescar.
Vá! Pule no mar! Mas não espere que ele seja fundo e você não bata com a cabeça no chão.
Sim, todos olham para você. Você é estranha e não deveria estar aqui, nesse ninho de personalidades semelhantes.
O que te separa? Qual é a sua maior fraqueza? Esse é também o seu maior atributo.
Coma. Se delicie com essa bolacha seca. Sinta todos os sabores que nela não estão. Junte saliva na boca e a engula esse aglomerado de farinha. Você é o que você come; você é o que você coloca para fora.
Cuspa em meu rosto e mostre que eu não mereço estar aqui. Me lembre quem eu sou e o porquê que sou assim.
Não fale comigo. Suas palavras secas atravessam a minha alma como uma agulha fina na pele, sugando a minha vitalidade.
Mas não me despreze. Eu sou sua pessoa, e te conheço bem. Quero exatamente o que você quer, mesmo que seja o nada.
E agora eu estou aqui. Te olho pelo vidro refletor e vejo o medo em seus olhos.

Respire fundo e descanse, garotinha; eu nunca te abandonarei.

I'm a burning effigy,
Of everything I used to be.
You're my rock of empathy, my dear.
Hell is gone and heaven's here,
There's nothing left for you to fear.

Life's too short for you to die,
So grab yourself an alibi.
Separate your right from wrongs,
Come and sing a different song,
The kettle's on so don't be long,
Mon cher.

Your mind gets burned,
With the habits you've learned;
But we're the generation that's got to be heard.

-Robbie Williams

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Empty words.

Tenho uma pessoa especial que sempre me incentiva a escrever. Confesso que se não fosse por ela, esse blog já estaria entregue às baratas; ou deletado. Então obrigada, por sempre saber o que falar pra me desafiar a utilizar a minha criatividade para algo positivo, mesmo que seja apenas perguntando a respeito do céu. :)

Geralmente, quando eu demoro a escrever, há uma razão por trás. E embora eu esteja extremamente lotada de coisas a fazer e compromissos, esses dias; confesso que meu estoque de paciência tem se esgotado.
Ando cansada de tudo, diria até de todos. Cansada de meias palavras, de brigas bobas. Cansada de conversas vazias, sorrisos apáticos. Cansada de falar o que eu sinto, e de também não falar. Cansada desses dias que parecem não terminar.
Essa semana que passou foi um tanto difícil. Ter que separar problemas pessoais da vida profissional. Aprender a focalizar minha mente e algo que é tudo aquilo que eu não queria pensar no momento. Logo eu que sempre tive problemas de atenção...
E com essa minha exaustão, surge certo desânimo e uma necessidade de simplesmente parar. É como se fosse o meu pit-stop. Me desgastei demais, e preciso de renovo. Preciso de um trato, um mimo, ou talvez de ser deixada em paz. Não sei qual é melhor, cada situação requer uma coisa.


Então cá estou eu, em parte querendo um aconchego, e em parte adorando estar sozinha, não tendo que lidar com ninguém, falar qualquer coisa, ou agradar e doar a última gota de energia que resta em mim. Apenas eu e meu silêncio. Eu e o teclado, as letras que fluem e preenchem o nada desta folha com o nada que há nas minhas palavras.
Recolho-me à minha insignificância, reconhecendo quem eu sou, diante do universo, diante do céu que agora já não brilha mais em minha janela. Para onde foi a luz? Iluminar os outros insignificantes no outro lado do nosso planeta.
E eu fico com a brisa forte da madrugada, o ruído dos carros que nunca tem fim, e o amor gravado em mim.




Sempre há alguém indo para algum lugar.

domingo, 13 de setembro de 2009

Bliss.

Fecho os olhos e vejo aquele momento consumindo a minha retina.
Queimando tudo o que restou da realidade, mostrando vislumbres do contentamento inebriado da perfeição.


Aquela rua era desigual, cheia de falhas; magistral em sua simplicidade.
Continha uma árvore única que, comida por cupins, apenas aguardava o fim de seus dias. Enquanto isso, erguia-se com toda a sua dignidade e nos dava o abrigo desejado.
Olhei a rua deserta e um arrepio correu pela minha nuca, eriçando os meus anseios.
As gotas da chuva que caía atenuava o amarelo que irradiava do poste. A luz batia, os pingos viravam pequenos diamantes reluzentes na janela do carro.
A minha respiraçao era lenta e suave, meus olhos vidrados, nao estava pensando sobre o que deveria estar.
Em pensamento, eu voava longe, e era impulsionada pela sua gargalhada que ecoava dentro de mim.
Seus olhos nos meus; os meus longe daqui.





Te vi de maneira diferente. Deitada no aconchego de seu abraço, senti uma paz suprema. Uma sensação de preenchimento, de ser completa por você. E se eu pudesse te abraçar ao ponto de encorporar você na minha existência, e alí permanecer, assim o faria.
Queria apenas continuar para sempre naquele instante, e perpetuá-lo em mim.
Momento perfeito de felicidade extasiada. Ocasião singela em que palavras não são necessárias.

Apenas seus olhos nos meus.




Céu, cheiro e ar na cor que arco-íris risca ao levitar.
Vou nascer de novo,
Lápis, edifício, tévere, ponte.
Desenhar no seu quadril meus lábios
Beijam signos feito sinos.
Trilho a infância, terço o berço do seu lar.

Achei, vendo em você,
E explicação nenhuma isso requer.
Se o coração bater forte e arder,
No fogo o gelo vai queimar.


.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pra você guardei o amor.




Há alguns dias atrás, me deparei com esse texto:

"You may not be her first, her last, or her only. She loved before, she may love again. But if she loves you now, what else matters? She’s not perfect - you aren’t either, and the two of you may never be perfect together but if she can make you laugh, cause you to think twice, and admit to being human and making mistakes, hold onto her and give her the most you can. She may not be thinking about you every second of the day, but she will give you a part of her that she knows you can break - her heart. So don’t hurt her, don’t change her, don’t analyze and don’t expect more than she can give. Smile when she makes you happy, let her know when she makes you mad, and miss her when she’s not there."

-Bob Marley


E eu não poderia escrever algo mais perfeito para esse momento.
Só tenho a agradecer pela maturidade de certas pessoas, e pela confiança que foi despositada em mim.
Eu amo você. E isso é tudo o que importa agora.
O resto fica para ser acertado depois. Jajá.



Ps: ♥.

sábado, 29 de agosto de 2009

pensamentos coca-cola.

“I know it’s a big bad world out there but there is a paradise as well, a patch of blue sky between branches that appears as I swing-wing on my rainbow hammock in the garden green. Don’t cry, Ladybird, lift your little wing-cases and fly.”


Eu tento escrever pra você, mas não consigo.
É coisa demais pra se colocar em meras palavras.
E então eu tomo meu refrigerante desesperadamente. Desde quando EU tomo refrigerante???
Todavia, cá estou com a coca na mão, gole após gole me distanciando da realidade de ter que te responder.
Meus planos de hoje foram por água abaixo, ou diria, sono abaixo.
Me restou ficar em casa, com o computador.
Acordei desnorteada. Estava absorvida ainda por um belo sonho quando o celular tocou. Não, não era quem eu queria que fosse.
Mais ou menos acordada, eu ligo o computador. Leio a sua mensagem, ainda grogue, mas a cada palavra vai caindo a realidade. E que triste realidade.
Não sei se é a TPM, odeio dar créditos a ela. Mas o que eu li me afetou bastante. Era tudo o que eu não imaginava que você sentisse?
Como é que eu não me importaria. Você, uma dia, foi tudo pra mim.
E agora, depois de procrastinar, escrevendo esse post e bebendo a latinha inteira do refri; vou tentar expressar em palavras aquilo.
Aquilo que pensava que nem precisaria ser falado, ou escrito.

Lá vou eu.
Desejem-me sorte!
:*

terça-feira, 25 de agosto de 2009

"she's all dark and twisty inside"




E lá de cima de sua torre, a menininha viu aquele já conhecido rosto, vindo mais uma vez salvá-la das correntes que ela mesma colocou em si.
Aquele lindo rosto determinado, incansável, totalmente e completamente amável.
Como era possível que ele continuasse tentando? Derrubando os muros, passando pelo jardim de espinhos, nadando através do rio gelado e escalando toda a altura daquela torre, somente para livrá-la dela mesmo.

Ela tinha medo. Medo de se machucar, de tentar. Medo de que ele a visse por quem ela era; sem os vestidos bonitos e o cabelo arrumado. Sem o sorriso forçado, e as palavras medidas. Medo de que ele visse e não gostasse.
Então ela fugia. Ele ia atrás.
Ela fugia de novo. Ele ia atrás.
Ela fugia mais uma vez. E ele ia atrás.

Quanto tempo mais ele iria aguentar, se ela mesmo não se deixava amar?

Ela morria medo. Medo de que descobrissem que na verdade ela era entediante. Ou que ela nem sempre estava tão alegre.
Ela morria de medo e o medo a matava.
Dia após dia, lentamente ela morria. Gradativamente acreditando que o medo era seu aliado e que todas essas mentiras sobre si eram a realidade.
E lá estava ela, algemada à pedra fria da solidão, quando viu aquele rosto reluzente, o sol se pondo por trás. Mais uma vez ele veio.

Mais uma vez ela fugiu.



Muito tempo se passou, e a vida seguiu como estava.
A garotinha continuou acreditando nas mentiras do medo, e continuou fugindo; não se permitindo ser amada.

Certo dia, ela resolveu ir atrás dele. Desceu de sua torre, atravessou o rio, e o jardim de espinhos, derrubou os muros e correu. Mas não sabia para onde ir, sempre acostumada com ele vindo salvá-la. Entrou então em uma densa e escura floresta e caminhou por horas à fio. No meio do caminho, já cansada, parou para respirar um pouco. Pretendia continuar a caminhada, ir atrás daquele que sempre a amou. Todavia o tempo não concordou. A hora da menininha havia chegado.

Deitada na terra fria, a cabeça sobre uma raiz de árvore, ela respirou pela última vez, apertando forte a mão de alguém que ela não conseguia mais ver, para enfim, soltá-la para sempre.

Ele estava lá. Ele sempre esteve lá. Havia ido atrás dela mais uma vez, sempre amando, sempre esperançoso que dessa vez, ela iria deixá-lo penetrar as suas camadas de auto-proteção.
Ao ver a sua menininha correndo para a floresta, ele havia ido atrás dela. Quando a viu caída no chão, sem forças, ele correu até lá, mas foi tarde demais. Ela já havia partido, e levado com ela o seu coração. Ainda apertando a sua mão sem vida, ele sentiu que havia algo que ela segurava. Um papel, e nele estava escrito:

“Você me fez enxergar além da minha própria escuridão.
Sei o quanto demorei, mas agora eu estou pronta.
Espero que me perdoe.

Para sempre te amarei.”

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

dry tears and wet rain.

A vida não é um conto de fadas.
Por mais que eu sonhe, queira muito e até imagine; sempre acabo caindo do meu castelo nas nuvens.


Não é fácil ser um sonhador. Estar sempre a um passo da realidade. Ter como presente o segundo que está por vir, virando a esquina, mas nunca exatamente aqui. Acreditar que ainda se pode transformar a terra, por mais desesperançosa que ela pareça. Que serás bem-sucedido na vida, independente do dinheiro. Ou que ainda há pessoas boas nesse mundo de cão. É, não é fácil sonhar.

Quando pequenos, somos ensinados a usar nossa imaginação, na hora de brincar, de aprender; e então carregamos isso ao longo de nossas vidas. Quando mais crescidinhos, aprendemos na escola a acreditar nos fatos, na ciência, onde tudo tem que ser comprovado, onde algo só é real se puder tocar, ver, sentir, medir, etc.

Esmagam a nossa imaginação. Nossos sonhos ficam remetidos à nossa velha infância. Entretanto, há aquelas pessoas que não se livram dela. Pois tornaram a imaginação algo essencial em suas vidas. Não, não falo de pessoas com problemas mentais, que têm a necessidade de criar mundos aleátorios ao seu para poder conviver com a realidade. Discorro sobre idealistas, pessoas que acreditam no “impossível”, que não deixam o pessimismo dos outros afetar os seus sonhos.

Sou uma sonhadora nata. Ainda acredito que uma dia conseguirei voar. E que acabarei com as injustiças contra as crianças do mundo inteiro. E os adultos. Acredito que todas as pessoas podem ser boas, e podem amar mais. Sim, eu acredito no amor. Pode me chamar de tola, sonhadora e ingênua. Mas creio que o amor pode mudar o mundo.

Só que nem sempre é fácil acreditar que tudo isso irá acontecer. Tem dias em que fico tentada a passar pro outro lado, deixar o ceticismo me dominar. Há dias, como hoje, em que me sinto fraca, impotente. E que mesmo segura, no calor de seu abraço forte, enquanto cai a chuva lá fora, eu olho pela janela e me sinto semelhante. Dividida em milhões de pedacinhos e pequena demais para que com uma gota apenas, eu consiga 'molhar' alguma coisa.



Depois da tempestade vem o final feliz…

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Overwhelmed.


É estranho. Não tenho outra palavra para expressar e nem quero que ela denote um tom negativo. É simplesmente estranho.

Perceber que enquanto você achava que não era tão importante, ou que não fazia a diferença para muitas pessoas, você é, na verdade, o total oposto disso. Ou se dá conta que você marcou sim a vida de alguém, por mais breve que tenha passado por ela. E que há pessoas que ainda tem consideração por você. Ainda te querem por perto, ainda acham você o máximo, por mais que você mesmo esteja cansado de si.

Não aguento mais tentar chegar a conclusões, buscar sempre respostas ou motivos para eu me sentir de certa maneira. Vou apenas falar o que está dentro de mim querendo sair, ainda que nem tudo possa ser dito.

São mais de vinte anos ao meu lado e acho que cansei de mim. Sempre aquele mesmo par de olhos esbugalhados me olhando de volta no espelho. E embora o ambiente mude, ou até mesmo o meu corpo, por dentro eu ainda sou aquela mesma pessoa, e tem dias que cansa conviver sempre com ela. Às vezes perco o encanto por mim mesma, começo a achar que sou chata, entediante e sem personalidade. Então uma dia como hoje acontece, em que pessoas aleatórias entram em cena para me lembrar quem eu realmente sou. Única, valorizada, amada.

“Você não se dá crédito o bastante... E você é linda.”, escreveu ele, entre outras coisas, há muito tempo atrás. Por alguma razão a sua mensagem só chegou em minhas mãos hoje, logo hoje.

"Eu me apaixonei por você. Eu te amo agora. Eu já não te amo mais. Eu vou te amar para sempre. Eu a amo; ela me lembra você." Tudo isso hoje eu escutei.

E se você descobrisse que eu te amo? Se descobrisse que você me inspirou a escrever alguns textos e frases soltas? E que eu tenho medo de falar com você, ou simplesmente te abraçar apertado? Que eu receio dizer aquilo que me atormenta quando deito a cabeça no travesseiro; a escuridão de mim.
E se fosse verdade, se fosse possível?

Será?




Há em mim palavras inconfessáveis
Que dizem do meu ser escondido
São atrozes e a ti não toleráveis

Meus segredos são tesouros perdidos
No baú do tempo, indecifráveis
Há em mim mistérios indefinidos

Nada nos deixa tão solitários
Quanto nossos segredos perdulários

-Paul Tournier



Não tenho respostas.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dryness.

Wherever did you hide from me?
Where is this wonderful place you sited your tent?
Tell me so I may flee with thee.
Full of wonder.



Ainda me lembro daquele calor.
Aquela hora de meio-dia que se alastrava da manhã até a noite.
O gosto da terra seca na boca, mesclado com a suave essência dos corpos tingidos pelo sol.
Estava em uma terra distante.

Pouco eu entendia do que falavam, menos ainda eu revelava de mim.
Meu corpo guardado, junto com o sorriso e a tagarelice inerente.
Alí, era mais sábio apenas observar.

Meus olhos atentos, acostumaram-se com a areia que invadia sem pedir permissão.
Habituaram-se em enxergar somente o bege que predominava, caracterizando as almas descoloridas pela guerra dos homens.
A sede era abundante, e água simplesmente não saciava.

Onde estava a vida?
Será que ela também havia fugido desse lugar, na esperança de sobreviver à matança que permanecia viva nas memórias daquele povo sofrido?
Gostaria de poder abraçá-los e dizer que tudo ficará bem. Ah, como seria bom acreditar nisso!
Soprá-los um pouco do riso que transborda da minha alma.

Que lugar único, que povo valioso.
Memórias vívidas de momentos compartilhados com estranhos.
Cada um meu professor, mestre da vida. Carregam com si as dores de um passado manchado pelo sangue.
Entendo, então, porque o bege pra eles é bom. Denota a calmaria depois da tempestade.
A esperança de mais um dia vivido.


Eu nunca esquecerei.
Aqueles olhos marejados de palavras gentis.
A mão sempre disposta a ajudar, a dar, ainda que seja tudo que possuem.
Seus sorrisos escondidos pelo medo, pela força da religião.
Uma luz, ainda que pequena, brilhava em meio a escuridão intensa.
E isso eu nunca esquecerei.


Como um campo de girassóis no meio do deserto.
Ou o portão colorido que o convida para entrar.
Estava em uma terra distante; estava em casa.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Smile at our sweet, sweet selves.

Acredito que eu esteja ficando cada dia mais doce.
E nem de doce eu gosto.

Coisas que antes eu não suportava, agora já me apetecem.
Rosas, por exemplo. Nunca gostei de rosas. Prefiro um copo de leite, uma margarida ou um girassol. Mas ontem eu ganhei uma única rosa branca, ou seria rosa branca única. Singelo ato que me fez sair do meu isolamento.
E nem da cor rosa eu gosto. Acho chamativa e fresca demais. Todavia, me vejo cada vez mais atraída pelos tons pastéis, rosa incluso. Logo eu que sempre fui uma garota que gosta de cores fortes, azul marinho, preto e cinza.

Eu estou mudando. Vejo isso acontecendo em diversas áreas da minha vida. Talvez seja o clima de romantismo devido ao planejamento do casamento. Não, não é meu, longe disso; é da minha irma. Passo o dia vendo rendas, flores, vestidos e tudo o mais que compõe aquele dia especial.

Descobri, recentemente, que quem me ver de primeira, sempre sai com uma visão errada de mim. Não sei o motivo, mas sou uma daquelas pessoas que não se conhece em um dia, nem em uma semana. E que adora surpreender, quase tanto quanto gosta de que as pessoas a surpreendam, ainda que seja num simples ato de sorrir, quando tudo indica o contrário.

Sou uma menina que ama demais; talvez esse seja o meu problema. Tenho a memória curtíssima para as coisas ruins que já me aconteceram, e isso me faz não conseguir ficar com raiva de alguém por muito tempo.

Tempo. Não temos um relacionamento muito bom. O imediatismo é meu amigo constante, quase tão presente quanto a impulsividade. Ajo muito sem pensar previamente, e acho um saco ter que parar pra arquitetar o que preciso fazer, ou falar. Isso quase sempre me faz cair em enrrascadas. São incontáveis as vezes que falei merda, merda mesmo, pra alguém e só depois me dei conta da idiotice que fiz, e muitas vezes foi tarde demais para conserto.

Tem coisas que só acontecem comigo. Juro a você. Sou um imã pra desastres. Só não sou pior que um emo amigo meu, porque ali não tem mais jeito (rsrsrs :P). Estar em público pra mim é sinônimo de desgraça. Sei que se eu comer algo, vou derramar na minha roupa nova, e que a probabilidade de eu tropeçar do salto na frente da família inteira do meu namorado é de 99,9%. Tento ser graciosa, talvez até engane os olhos de principiantes, mas qualquer um que me conheça sabe o quanto eu não possuo certos dotes femininos. Talvez seja por isso que eu virei a cara e não ri, ontem, do homem gordo que não viu a corrente na altura de seus joelhos, devido à sua grande barriga, e tropeçou no meio da rua. Talvez seja esse o motivo, que eu me compadeci de sua situação.

Mas desde cedo eu aprendi a rir de mim mesmo. E olhe que as vezes que eu ri mais em toda minha vida foram sozinhas, de mim. E o pior é que não tem um pingo de graça falar pra alguém depois, você simplesmente tinha que estar lá na hora para ver a cena. Sem falar que adoro lembrar de certos episódios e me pegar rindo again, do nada, geralmente em momentos inoportunos. Me chamem de louca, pode chamar, sei que sou mesmo. O conceito de normal se baseia na maioria, e a maioria nem sempre escolhe o melhor caminho ou a melhor atitude. É bom ser diferente, ser você, ainda que desastrada e sem jeito, ainda que impulsiva e carregando um bocado de erros nas costas.

Sei que nunca vou ser aquela garotinha meiga, caladinha, mignon e sutil. Sei que nunca vou escutar mais do que eu falo, nem que vou aprender a não errar somente observando os erros dos outros. Jamais falarei tudo somente pelo olhar, acho que jamais falarei tudo que gostaria. Nunca serei aquela que sabe exatamente o que falar, quando rir ou não rir, especialmente não rir; ainda mais eu que acho a vida tão engraçada.

Talvez eu nunca consiga ser uma lady, uma princesinha como ela deve ser. Só sei que, mesmo com esse meu jeito atrapalhado, me sinto mulher, feminina, as vezes até fofa. Gosto de me sentir abraçada pelas pessoas, mais do que gosto de abraçar, e olhe que eu não resisto a um abraço.

E ultimamente, sim, tenho me sentido doce. Por mais que seja um daqueles que é todo crocante e desigual por dentro; entretanto, doce. Talvez seja a trilha sonora atual da minha vida, de melodias de piano, sem palavras. Calmas, doces, profundas. E que deixa espaço para eu compor a letra,mesmo que seja silenciosa, de acordo com o que passo no momento.

Eu simplesemente me recuso a viver uma vida pacata, triste e sem amor. Não quero bater na mesma tecla que os outros, ou seguir o mesmo ritmo de tambor. E sei que ainda vou errar muito, levar muitos tapas na cara e rir de todas as minhas mancadas. Mas também sei que toda vez que eu encontrar alguém que olha pra mim e não me compreende, vou continuar feliz e satisfeita com quem eu sou.




Agora preciso de um pouco de água.
Acontece, depois do doce.
:*

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sun-kissed promises.

Courage doesn't always roar. Sometimes courage is the quiet voice at the end of the day saying, "I will try again tomorrow.”


Deitada em sua cama de pérolas, na mais alta torre de toda a cidade, a garotinha suspirou.
Tentou abrir os olhos mais uma vez para a claridade que hoje a incomodava. E esperou aqueles exatos três segundos para se acostumar com a luz solar que invadia sem pedir permissão.

Ainda que não fosse verdade, hoje pra ela era um dia de chuva.
E dia de chuva se fica na cama, embaixo do edredom.
Ela não queria sair de casa, sequer sair de seu quarto e deixar as vozes distantes que a chamavam se tornarem reais.
Hoje não tinha forças para enfrentar o mundo caótico que cospia sons em sua janela.

Então a menininha preferiu continuar em seu mundinho irreal, de contos de fadas, campos de flores silvestres e aconchegos. Escolheu transformar os gritos e reclamacões que batiam em sua porta em lindas poesias de amor. Confortou seu coração, dizendo que tudo ia ficar bem; que sempre existe amanhã.

Pena que não se pode viver assim para sempre.


Porém.
Se me deixassem usar calças feitas com a
grama recém-cortada deste lugar,
eu o faria.

Se me deixassem agarrar
cada um dos eucaliptos desse bosque mágico,
eu juro que o faria.

Passei estes dias suando orvalho,
chapinhando a borra,
esfregando o queixo na casca das árvores,
pensando serem as pernas do meu mestre.

Não consigo entrar o suficiente.

Se me deixassem comer o chão desse lugar
servido em um leito de ninhos de pássaros,
eu comeria só metade do prato,
e depois passaria a noite inteira dormindo no resto.

-Elizabeth Gilbert (adaptado)






It takes more courage to face the world than to hide from it.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

to love.

Love is patient, love is kind. It does not envy, it does not boast, it is not proud. It is not rude, it is not self-seeking, it is not easily angered, it keeps no record of wrongs. Love does not delight in evil but rejoices with the truth. It always protects, always trusts, always hopes, always perseveres.




O medo nos isola, o orgulho nos faz perder.
Amar é uma escolha e não um sentimento.
É optar por perdoar ou agir de forma amável independente da atitude do outro.
Amar, ainda que naquele momento, ele não mereça.
É muito difícil? Sozinho, é sim.

Como conseguirei continuar, senão permanecendo na Fonte crua do Amor?
Pode-se compreender e viver esse Amor através apenas das minhas próprias forças?
Impossível.

Desde 2007 eu escolhi Amar.
Desde 2007 eu me deparei com todo tipo de situação que me faria querer fazer qualquer outra coisa, menos Amar. E eis que, outra vez, eu coloco a minha vontade própria de lado, meu ego, a Fernanda lá de dentro que adora pensar só nela; e viro a outra face.
Me exponho novamente, para talvez ser ridicularizada, enganada ou machucada. Talvez sim. Mas também poderei ser amada de volta, valorizada.
E eu quero correr o risco.
E o medo? Ainda tá aqui.
O Orgulho? Acabei de empurrar pela janela com o fim da ligação.

Escolho amar. Escolho perdoar. Escolho mostrar quem Você é através da minha vida. Escolho viver além das minhas pacatas necessidades e inseguranças.
Não é nem questão de ser a pessoa maior ou mais sábia, na situação. É sobre o total oposto disso. Viver aparentemente como um tolo, mas viver o Amor.
Não importa o que pensam de mim, podem achar que não devia ter esquecido o ocorrido, ou que devia fazê-lo sofrer como eu sofri. Talvez devia até digitar um the end e continuar na minha busca pelo Amor sozinha.
Mas não vou fazer o que querem, ou o que muitas vezes eu mesma quero.
Vou Amar. Escolho Amar.

E sei que essa decisão trará as suas consequências. Como cada fase que se passa em um video-game, a próxima sempre será mais complicada, mais difícil. Sei que minha busca pelo Amor, por conhecê-lo, não está nem perto de terminar. E que com essa fase vencida, virá outra com um desafio ainda maior. Irei enfrentá-lo de peito aberto, sem escudo, sem pedras nas mãos. Pronta para Amar novamente, independente da maneira que ele exija que seja.

Dessa vez, veio na forma de um furacão. Fez barulho e e deixou tudo de pernas pro ar, sem base.
A bagunça permanecerá até alguém resolver começar a limpar.
Novo dia, esperança no amanhã.

Escolho sim, amar.

domingo, 9 de agosto de 2009

A bitter aftertaste.

Tento ainda engolir esse pedaço preso à garganta.
Mas cada vez que passo a língua o gosto amargo trava até a minha respiração.
E por mais que eu sorria e diga que está tudo bem, a verdade é que eu não sei.

Tenho medo. E motivos para assim ficar.
Não consigo mais ser vulnerável, te olhar nos olhos e dizer aquilo que passa dentro de mim.
Necessito mesmo de um tempo para retomar a confiança perdida.

Amar é uma escolha.

E eu escuto tudo; as palavras doces, as frases olhadas. Sinceras?
Enquanto parte de mim quer acreditar, a outra levanta seu escudo protetor.
Isolada em meio à multidão.
Deitada numa cama de sangue. Fecho os olhos para esquecer essas imagens que dançam soberbas sobre mim.
Embebedada de amor, dilacerada; e abraçada com um anjo caído.

Não consigo fugir desse rosto conhecido.
Que veio à 120km/h naquela moto preta e me atropelou.
Caiu em cima da minha perna, mas quebrou meu coração.


Entregue ao meu torpor, eu fecho os olhos novamente para tentar esquecer essas imagens soberbas que ainda dançam sobre mim.
Numa vã tentativa de me segurar à algo firme, reconstruir o fundamento de nós dois.
Será mesmo que foi tudo em vão?

















Amar é sim, uma escolha.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

I don't quite know how I feel.

E quando eu menos esperava, meu mundo desabou.
Num turbilhao de palavras escritas, agora umidecidas pela dor.
Não, não foi você quem escreveu. Não pode ter sido você.

Foi.

Não sei se conseguirei conviver com esse fato.
Queria vomitá-lo da minha vida, expulsá-lo de mim.
Como pude ter sido tão ingênua?

Mas, foi você.

Tentei esquecer, acreditar no que me disse.
Mas como o vômito que sai de mim, carregando com ele o meu coração;
No fim, resta apenas o nada.
Vazio, a dor dormente.

E como eu disse antes, fique com elas. Com ela.
Pode ficar.




Nesse recinto eu não me faço mais presente.

Goodbye, dear.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Hello sunshine.

Hoje vi o sol nascer.
Não, não foi culpa da insônia. A vencedora da luta ontem fui eu.
Acordei exatamente às 04h23min. Dormi sete horas seguidas, ininterruptas e imperturbáveis por sonhos malucos, pesadelos ou anões.
Não queria levantar, unicamente pelo fato de ainda estar escuro, silêncio inato da madrugada.
Foi então que após quinze minutos deitada, olhando para o teto levemente iluminado, resolvi que ficar deitada de olhos abertos não me levaria a nada.
Não que eu precisasse chegar algum lugar, naquele exato momento.

Então resolvi passar tempo comigo mesma.
É estranho pensar em como nós fazemos tudo para não ficar fazendo nada. Parece que, ainda que inconsciente, passamos a nos evitar.
Muitas vezes não conseguimos sequer parar, e passar algumas horinhas simplesmente contemplando a nossa existência. Conhecendo-nos. Processando as informações que recebemos durante o dia. Repassando fatos e pensando em nossas atitudes. Ou simplesmente tentar fazer calar a mente, ouvir o sossego eloqüente de você. Falar com Deus.

Alguns chamam isso de meditar. Eu sinceramente, não quero limitações.
E chamar esse tempo de alguma coisa, é tentar colocá-lo dentro de um padrão. E esse tempo é um tempo livre pra eu ser quem eu sou, fazer o que quiser; um tempo pra mim, ou melhor, para eu e Você.
Quero apenas respirar, e continuar nesse vácuo de significância.

Deixar partir as coisas ruins que carreguei comigo no dia anterior. Perdoar.
E me preparar para mais um dia, mais uma enxurrada de pessoas, atuações, aforismos e expressões.
Conseguir penetrar além da camada superficial de cada um, até da minha; e amar.
Simplesmente amar.

Como se isso fosse simples...
A verdade, é que é simplérrimo, nós é que complicamos. Porque temos que abrir mão das nossas vontades, do nosso ego, do nosso EU que teima em querer fazer tudo pra si mesmo.
Então colocamos o status de inalcançável, impossível, difícil demais. Simplesmente para não termos que assim agir.
Mas não seria esse todo o propósito de nossa existência? Viver em relacionamento. Com Deus, família, amigos, amores, até pessoas desconhecidas. Temos a capacidade magnífica de influenciar outras pessoas, deixar uma marca em suas vidas. E que coisa melhor existe senão o amor? Agir exatamente como elas não esperam de você, quebrar barreiras, viver além de sua própria e pacata existência.
Não sei você, mas eu quero isso.
E hoje acordei inspirada.

Talvez seja a boa noite de sono, ou essa linda alvorada.
Pode até ser que seja o bom banho tomado, ou o café da manhã delicioso.
Só sei que eu estou aqui, com o cabelo molhado ainda pingando nas costas, um sorriso no rosto só pelo fato de eu estar viva, e atrasada em me arrumar para ir para aula. Tirei esses dez minutinhos para escrever e passar adiante o meu contentamento.
Pois eu quero muito mais do que apenas engolir o meu próprio ar.


Be Love. :)

let love shine.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

light of the dawn.

Fico perplexa com a maneira de meu organismo agir, ou melhor, reagir, a determinadas situações.
Como o psicológico afeta o físico, e vice e versa.
Quando fico ansiosa, passo a noite sem dormir. Por mais que tenha sono e meu corpo esteja exausto; resta apenas o silêncio da madrugada sendo estilhaçado pelo digitar dos versos que recheiam esse blog.

Amanhecer.
Novamente o sol nascendo. Ele, como de costume, surge delicadamente, vagarosamente.
Esplendor dos deuses. Delícia secreta da insônia.
De longe, magnífico. De perto, intensamente apavorante; esfera de fogo insaciável.
Mais uma entre as bilhões de estrelas no nosso universo. Aquela singular, instituindo a nossa existência. A dona da História.

E por ela já se viu passar todos os grandes momentos da narrativa humana. Todas as conquistas, e as injustiças. Homens admiráveis, uns terríveis, e outros simplesmente apagados pelo tempo.
Apenas um sopro perdido no infinito.
E assim sou eu. Breve alento da existência.
O que farei dele hoje?

Antes de qualquer outra coisa, necessito dormir.

Todavia, o sol permanecerá.
Ainda que encoberto por multidões.


“For we, we are not long here,
Our time is but a breath,
so we better breathe it.
And I, I was made to live,
I was made to love,
I was made to know you.”

domingo, 2 de agosto de 2009

O velho. E o novo.



Essas palavras não saíram da minha cabeça o dia inteiro.

“O que devo comprar pra mim, pra ele, pra ela?
O que devo comer? Experimentar?
Novos cuidados, novos olhares, novos sapatos?
Amigos novos, beijos e abraços.
Lugares distintos, lugares aqui perto.
Novas emoções.”


E nesse ritmo acumulo coisas novas na velocidade da luz.
E as coisas antigas, para onde vão?
Melhor esquecer, permanecer, deixar no fundo da memória até a hora oportuna?
Acho que não. Percebi que todas essas coisas fazem parte de mim.

Sou aquela mesma menina que aos treze anos beijou pela primeira vez e odiou, sem falar daquela halls vermelha que quase engoli.
Sou também aquela que já bebeu e esqueceu e já bebeu pra esquecer.
Já doei minhas coisas, já doei meu tempo e com ele a minha paciência.
Briguei de gritar, de arrancar cabelo e puxar até o chão.
Perdi amigos, amores e animais de estimação.
Já chorei demais e guardei meu choro mais ainda.
Já li muito, vi mais filmes, maratona de 4 no cinema em uma dia só.
Cortei, pintei, alonguei e ainda tenho cabelos.
Já me senti feia, bonita, gostosa e gorda. Tudo em um dia só.
Já amei sem ser amada. Já os machuquei. E me machuquei.

Situações e pessoas que marcaram momentos perdidos no tempo, mas não na memória.
Todas elas fazem parte de mim, me fizeram ser quem eu sou e eu não abro mão.
Boas lembranças, as ruins também. Crescer, amadurecer, amar, sorrir, chorar; viver.
Não posso pedir nada diferente de você.


Sei que às vezes sou completamente egoísta.
Mas espere 5 minutinhos, e eu reconheço que errei.
Mais uma vez.

Desculpe dear, continue com elas, e fique bem.
;)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

tudo é vaidade.

E então eu páro, fecho os olhos e inspiro.
















expiro.





Tantas coisas que me afetavam negativamente já não me afetam mais.
Tantas coisas vãs.
As palavras são poucas, os pensamentos compensam.

Essa paz que me preenche, completa, transborda.

E eu? Continuo respirando.




For what profit has a man from all his labor in which he toils under the sun?
One generation passes away, and another generation comes; but the earth stands forever.
That which has been is what will be.
That which is done is what will be done.
And there is nothing new under the sun.

“ Vanity of vanities, all is vanity.”

terça-feira, 21 de julho de 2009

restless.


Não sei como ela conseguiu me alcançar, só sei que de repente me vi abraçada com ela na cama.
Corroendo meu sorriso e sugando o que restou de mim.
Numb.

Preciso de um tempo sozinha com Você.
Rever minhas prioridades e me achar nesse meio.
Again.

Não sinto mais aquele aperto no coração, tampouco no estômago.
Resta apenas o nada.
Empty.





Let Your fire burn consuming me.
Let Your jealous flame come take away everything,
Until all that remains is the Light of Your countenance.

And I will be satisfied when I awaken as a lover of You.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

I'll find you there.

"People, places,
Names and faces.
They come and they go, leaving traces.
Sometimes my world gets filled with so much noise,
That my heart gets pulled away.
But I find my peace in you,

And if I seek, I will find.
A treasure in you that time can't take away.

Sanctuary.
Pure and holy.
In a secret place I'll find you there."



Sempre esqueço o quanto é simples retornar para os seus braços.
E o quanto eu AMO esse lugar.
Completamente sem precisar agradar.
Posso ser autêntica, espontânea, livre.
É como se eu tivesse há dias debaixo d’água respirando por um cilindro e vendo tudo de certa distância como seu eu não pertencesse àquele ambiente.
E então, você vem e afetuosamente me chama para sair do ‘mar’; eu com medo e já acostumada ao meu estado de marasmo, receio em colocar o pé no chão.
Você chega com toda a sua intensidade e amabilidade, com aqueles olhos desafiadores e pega em minha mão, como se dizendo: “Estou com você, dear. Tudo ficará bem.”
Começo a nadar e depois já está raso o suficiente para eu ficar em pé, passo a andar. Você sempre segurando a minha mão, meu suporte.
Percebo que não estou mais na água, todavia reluto em tirar a máscara de oxigênio.
Seria medo? Estaria eu querendo de alguma forma, me assegurar que não morrerei sem respirar?
Você então dá aquela apertadinha na minha mão, como quem incentiva uma criança, e espera.
Eu então com a mão livre retiro a máscara, e com os olhos ainda fechados, inspiro.
Pausa.
Esqueci como é a sensação do ar puro entrando em meus pulmões.
Parece até que faz uma lavagem de todas as porcarias que não pertencem lá e as expele de meu corpo.
Perdi tempo achando que era melhor eu ficar no ‘mar’, nadando, olhando, mantendo distância de coisas desconhecidas e/ou ameaçadoras.
Estava extremamente enganada.
Com o pé em terra firme, respirando um ar com extrema leveza, saio caminhando, ainda de mãos dadas, colocando em dia a conversa perdida e rindo das nossas palhaçadas.
Como é bom estar com você.

[Come and talk of all the things we did today.
Hear and laugh about our funny little ways.
While we have a few minutes to breathe.]




"The more I seek you,
The more I find you.
The more I find you, the more I love you.

I wanna sit at your feet,
Drink from the cup in your hand.
Lay back against you and breath, hear your heart beat.
This love is so deep, it's more than I can stand.
I melt in your peace, it's overwhelming"

domingo, 5 de julho de 2009

"There's so much more than empty conversations filled with empty words.”

Não sei a razão de estar assim, afastada.
Parece que a cada gota que corre, eu me encolho um centímetro mais pra dentro de mim.
Abrigo.
E o pensamento tão acostumado em não sair de você, começa a voejar pairando em terrenos antes não explorados. Perigo.
Permaneço aqui nesse instante, mas na verdade estou somente comigo.
Sozinha.

Em uma vã tentativa de continuar com a cabeça levantada, quando o fim que nunca iria chegar vier. Se ele vier.
Confesso que não quero entrar nesse buraco que eu criei. Pois na inútil tentativa de me proteger, acabo me isolando.
E nessa ambigüidade acabo percebendo uma verdade: a vida é apenas um sopro.

E eu NÃO quero morrer de falta de ar.



Tem de haver mais do que apenas isso.






Try to save your life and you will lose it.

sábado, 4 de julho de 2009

Eu sou um tanto cabeça dura.

Sério e de verdade.
Sempre acho que a minha maneira é a melhor, só mudando de opinião depois de exaustivas vezes errando. E adoro persistir no erro, até finalmente me entregar e mudar a antiga maneira de pensar/agir/falar/compreender.
Hoje eu mudei minha forma de compreender, mais uma vez. Quebrei a cara de novo, mas não de uma forma negativa.
...

Pensava que quando pedisse à Paciência um pedacinho de si, ela ia me chegar imediatamente voando em asinhas brancas. Mas não. A safada não veio assim.
Resolveu que seria muito mais proveitoso rebolar uma sementinha e ver se ela ia florescer.

- A idéia parece ser genial, Dona Paciência... O problema é que nunca se sabe a hora em que essa bendita semente vai querer brotar.

E num é que hoje eu finalmente vi um pedacinho de verde nascendo no meio do pedregulho?!

Eu hoje amei de verdade. Coloquei-me de lado, e junto comigo as minhas necessidades, inseguranças, medos e irritações. Resolvi fazer o que eu não queria fazer e dizer ‘sim’ pela manhã, quando queria dizer ‘não’. Coloquei o salto e saí andando, lado a lado com ela, em seu ritmo lento, em seu discurso ligeiro e penetrante. Eu ouvi, eu dirigi, eu ouvi dirigindo.

E a almejada paciência resolveu dar as caras.
Senti-me no topo do mundo. Será que conseguiria fazer isso mais vezes. Já diziam que a prática leva a perfeição...

Então à tarde eu resolvi colocar em dia toda a minha procrastinação. Traduzi. Palavra por palavra. Frases gravadas em mim. [The relevance of establishing regulatory framework specific to the sector of wind energy... The consensus proposal of the Charter of winds is based on… The need to maintain a high participation of renewable energy in the electric matrix…]
A paciência cresceu mais um pouquinho.

À noite resolvi me beneficiar novamente dessa minha agora amiga íntima.
Deliciei-me catorze, com menta caramelizada e banana com chocolate, ou era o contrário, gelados.
Beijei gelado, falei devagar.
Respirei fundo –inspira, expira- deixei o silêncio falar.
Abracei intenso, afaguei os cabelos, beijei respeito, beijei meu lar.
Olhei nos olhos, me expus sem medo, o fiz descansar.

“Fiz minha casa no teu cangote.
Não há neste mundo quem me bote,
Pra sair daqui
.”

Santa Paciência, rezei uma prece para você.



Estou completamente estafada. De mente e de corpo.
Mas hoje eu vivi além de mim.
Cada dia assim pra mim é uma conquista. O Amor sai como um urro de vitória.
Então eu digito essas últimas palavras, ando até a minha cama de espumas, leio aquele livro, decifro o outro, falo contigo.
Já é hora de deitar a cabeça no travesseiro e dormir, serena.



Como pode, no silêncio, tudo se explicar?!
Vagarosa, me espreguiço,
E o que sinto, feito bocejo, vai pegar.

terça-feira, 30 de junho de 2009

"There is way too much beauty and way too much pain in the world for us to ever be bored again."

Por mais que eu esqueça em ocasiões de fraqueza de espírito; recordo quem eu sou.
Despida outra vez pelo Amor.
Imprescindível.

Penetro nesse profundo; na expectativa de saciar a minha inacabável embriaguez.
Permanecendo para aliviar a minha sede.
E você, em toda sua graça me abraça e me deixa tagarelar.
Desabafar o grito preso na alma, descompasso de minha rouca voz.

Preciso de você.


“I am nothing without You,
Only a fly upon the wall.
Listening in, hoping to find something about You,
That will keep me from this fall.

And sometimes I catch a glimpse,
And my heart begins to beat;
Day by day awaken me.

Please give me a reason,
I need to name this man,
And no longer this broken treason.
Only on You I will stand.

Mend these broken wings,
And take the scales from my eyes .
Without You I am nothing.”

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Rambling.


E enquanto minha cabeça pensa, formula, elabora, sonha; meus pés continuam no mesmo lugar.

Fato: queria está longe.
Queria mudar. Queria o novo.

Sete meses no mesmo lugar e já me vem a inquietação. Esse sentimento de procura tão familiar e a vontade de simplesmente me jogar na próxima aventura.
Então eu mudo meu corpo, mudo meu cabelo, mudo meu rosto.
Mas a vontade não muda. Permanece, vira inquietação.

Sei o que devo me falar, pra me acalmar. Mas estou aqui pra desabafar. Colocar pra fora essa agonia que vem lá de dentro e sai como um grito silenciado pelo torpor.
Às vezes parece que há duas de mim, aquela que quer viver no limite do perigo e a outra, que prefere se conformar, obedecer, seguir o rumo estabelecido para um uma vida “normal”.

Confesso que não sei a quem escutar, nesse momento queria está na África do Sul, ou na Nova Zelândia. Tailândia, Espanha e Itália. Japão. Tantos lugares, tantas pessoas, tanta cultura, tanto para fazer, conhecer ajudar, amar.

Há ocasiões em que penso se não tento mudar no exterior quando deveria mudar no interior. Ser grata pelo que possuo, fazer valer onde eu estiver. Sei que isso, para muitos é o certo. Mas continuo a pensar que talvez eu tenha sido feita assim por algum motivo. Desejar sempre o novo, procurar aquilo que falta em mim.

“You talk too much.
Maybe that's your way
Of breaking up the silence
That fills you up.
(…)
Turn out the light
And what are you left with?
Open up my hands
And find out they're empty.
Press my face to the ground
I've gotta find a reason.”


Essa música mexeu comigo, mexeu em algo lá dentro que ainda não sei explicar.
Acho que estou pensando e escrevendo sem grande coerência, mas de uma coisa eu tenho certeza: não quero viver a minha vida apenas de pequenos momentos de alegria e paz pra depois voltar para uma rotina enfadonha.

Quero a cada dia me sentir desafiada a crescer, expandir, ir além dos meus limites. Quero amar mais, me doar mais, fazer mais, e saber que vivi sem me limitar. Poder olhar pra trás e ver a minha vida como minha, com todos os meus feitos e defeitos; saber que vivi não apenas para cumprir um molde já pré-estabelecido, mas que criei e inovei a cada nova etapa.


E então a minha inquietação se transforma em expectativa; esperança de um novo dia.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

23 zumbis.


Vem a falta de ar, aquela que nem sei mais se é somente psicológica.
O zumbido. A oscilação. O conforto.
Aproveito meia hora de transe até entorpecer para a realidade.
O zumbido permanece.

Quando menos espero estou nadando em uma piscina, que é um navio, que é o mar.
Lá aparece Antônio Banderas, e logo vem os zumbis. Muitos deles.
Necessito proteger o meu irmão.
Não tenho forças, não consigo correr, nem gritar.
Mas preciso proteger o meu pequeno grande irmão.
Faço qualquer coisa por ele, até matar zumbis com pedrinhas achadas no chão.

E foi assim que acordei, segurando ainda a cabeça decepada do zumbi dos meus sonhos.
Para onde foi Antônio Banderas?

Droga! Escuto a chuva que afogou minha manhã de praia.
Levanto para a procrastinação.
“Estou me recuperando de uma gripe, dá licença?”
Faço delivery de pizza com chopp, só os cardápios.
Pego o Leão e a Pata.
Escrevo Amor. Zumbido.
Escrevo Amor em persa. Mais zumbido.
Deixo a Pata, deixo o Leão.
Mais procrastinação.
“estou mesmo me recuperando de uma gripe?”


E então vem aquela famosa falta de ar.
Aquela que já nem sei mais se é apenas psicológica.
O zumbido. A oscilação. O conforto.
E mais uma rodada de zumbis.

terça-feira, 23 de junho de 2009

"Havia setenta e cinco pessoas no saguão, mas apenas uma menininha de sete anos ficou sabendo como era sentar-se sobre o piso de mármore."


Necessito escrever, e me reencontrar em meio às palavras torpes que decorrem de mim.

Desencontrei-me em um buraco sem palavras. E separei pedaços meus na vã tentativa de tentar permanecer intacta depois dos seis segundos de queda livre.

E agora eu tento me segurar a qualquer sinal de existência vertical. Preciso construir. Reconstruir.

Limpar o terreno, extrair tudo que é exagero e expor o que restar.

Deixar chover. E entender que depois que o pó que distraía for embora com a enxurrada, permanece a rocha.

Quero um copo de leite com uma dose de egocentrismo.

Desmanchar o penteado e não ter mais medo.

Numa sutil tentativa de recolher a confiança que pulou atrás de mim.

E esses olhos tão grandes que vêem o mundo com indiscrição infantil, se acanham ao olhar para si.


Não sou menina, nem mulher. Perdida numa linha tênue de definições.