sábado, 23 de janeiro de 2010

"From the cradle we are fed on lies about love."


A vida não é como uma música, onde todas as partes se encaixam perfeitamente e tudo faz sentido.

Às vezes, a vida perde o sentido e você fica preso em uma espécie de limbo; onde nada há para se fazer a não ser esperar.

Quase todos os dias passo de carro em frente a um supermercado perto da minha casa, onde vejo, através das grandes paredes de vidros, a seção de frutas e verduras. Olho para lá com certa inveja, pois alí naquele curto espaço de tempo a vida parece ser perfeita. Como se não houvessem preocupações ou responsabilidades, casais alegre e calmamente escolhendo os melhores vegetais para seu dia-a-dia. Uma paz refletida sob a luz florescente do ambiente.
E então, naquele instante, uma musiquinha feliz começa a tocar no fundo da minha mente e congelo aquele momento no tempo.

Como seria bom se aquilo fosse a realidade, se a vida fosse mesmo assim, tão fácil e feliz - uma vida genérica criada por Hollywood em seus filmes que penetram nossas mentes e formam opiniões. Easy life.


Mais um ano se passou, milhões de coisas aconteceram na terra, no meu país, cidade, e também na minha vida. Entro nesse ano de 2010 não com felicidade ou esperança, mas com certo cansaço de tudo e de todos. Algo do tipo: Ah, não! Lá vamos nós, tudo de novo.

E quando Janeiro passar, fevereiro, março, abril.. espero apenas poder ainda olhar para aquele supermercado, com aquelas pessoas felizes e simplesmente sorrir - nem que seja por uma breve lembrança de um contentamento perdido.



Love, where is your fire?
I've been sitting here smoking away.
Making signals with sticks and odd ends and bits,
But still there's no sign of a flame.

Imposters have been passing,
Offering a good-feeling glow.
But I'm holding out for what you are about,
An inferno that burns to the bone.

Some urge me to be temperate,
Lukewarm will never do.

`Cos I, I wanna blaze with you.
So I'm holding my heart out.



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