segunda-feira, 22 de março de 2010

Your love is a song.

Ela ouviu as ondas baterem na areia antes mesmo de conseguir enxergar o mar.
O cheiro forte de sal invadia seus sentidos e a deixava levemente atordoada. Ainda estava escuro; o sol não havia tomado seu lugar no céu.
“Que lugar é esse?”, pensou a menina que agora caminhava na areia molhada pela água.

Andou por uns trinta minutos, andou devagar absorvendo cada detalhe maravilhoso daquela alvorada. Ela sabia que a pressa, naquele lugar, não era uma boa opção.
A brisa fria do mar soprava em seu rosto enquanto olhava para o horizonte à procura de outra pessoa. Agarrou com mais força o casaco que a protegia e resolveu sentar.
O sol agora aparecia timidamente, aquecendo suavemente o seu corpo exausto.
Ela podia descansar.
Ainda sentada, fechou os olhos e ouviu a canção que o mar jogava para ela: a briga gostosa das ondas no mar, os pássaros gritando a sua canção matinal, e o caminhar constante remexendo a areia.
Ela abriu os olhos e viu que alguém se aproximava.
Era Ele.
Um contentamento intenso percorreu por todo o seu corpo e ela sorriu.
Enquanto Ele se aproximava, suas feições ficavam mais definidas: o corpo forte, cabelos bagunçados pelo vento e uma intensidade penetrante em seus olhos.
Ao chegar, eles se olharam por um longo momento, palavras não foram ditas; não era preciso.
Ele sentou ao lado dela, ainda com os olhos fixos na menina pequena de moletom. Colocou o braço ao seu redor, fechou os olhos, beijou sua testa e então sussurrou: Estou aqui com você.

De olhos fechados, ela sentiu o beijo suave em sua testa e uma paz inexplicável sossegou o seu espírito.
Abriu os olhos e estava em seu quarto, deitada na cama. Olhou pro relógio de cabeceira que marcava 7h da manhã e ouviu os sons da casa acordando.
Aquele olhar penetrante ainda queimava em sua retina, podia vê-lo como se estivesse lá.
Ao levantar da cama viu que caiu areia no chão. Sentiu então o seu cabelo pregado pela maresia que outrora o bagunçava.
Falou em voz baixa para, onde quer que estivesse, somente Ele ouvisse:
"Foi bom estar com Você".



I hear you breathing in.
Another day begins.
The stars are falling out,
My dreams are fading now, fading out.
Your love is a symphony,
All around me.
Running through me.
Your love is a melody,
Underneath me,
Running to me.
Your love is a song.
The dawn is fire bright.
Against the city lights.
The clouds are glowing now,
The moon is blacking out.
I've got my eyes wide open.
I've been keeping my hopes unbroken.
Your love is a song.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Let your love be strong;


Hello, good morning, how you do?
What makes your rising sun so new?
I could use a fresh beginning too,
All of my regrets are nothing new;
So this is a way that I say I need You.
This is a way that I'm learning to breathe,
I'm learning to crawl,
I'm finding that You and You alone can break my fall.
I'm living again, awake and alive,
I'm dying to breathe in these abundant skies.


Mais um dia começa. Olho pela janela e vejo o sol nascer, acordei cedo hoje somente para isso.


O que te move? O que te faz querer “amanhecer”?
Me pego pensando em coisas do tipo. Vejo as nuvens clareando a escuridão penetrante com seus raios alaranjados fazendo com que haja luz, onde antes não havia. Antes havia apenas a claridade tosca dos postes.

Fecho os olhos e vejo o nada, vejo o nada tremer. A brisa calma da alvorada sopra em meu rosto e escuto os sons dos passarinhos perto da minha janela, mesclado com o som de pneu rasgando o asfalto lá em baixo. Vejo pessoas indo e vindo. Sempre indo e vindo. Para onde elas vão? O que as fazem ir? Para quê vivem?

Não posso querer espremer todos dentro de uma mesma categoria, ou achar uma única resposta para cada um, seria pretensioso demais da minha parte. Cada pessoa é um mundo dentro de si. A vida ocorre atrás da face. E o que se passa por lá?
Somos como um sopro de vento aqui na Terra. Para onde você direciona o seu e o que ele exala?

Não, não estou em meio a uma crise existencial. Me diga porque é tão estranho falar disso? As conversas hoje em dia se resumiram a assuntos superficiais, será que nossa vida também se tornou assim? Passamos o dia ocupados em tarefas rotineiras e quando temos tempo livre, fazemos tudo menos pensar.

Eu posso até não saber para quê cada um vive, mas sei de uma coisa que todos nós temos em comum. Trazemos conosco o dom de tocar a vida das pessoas, e isso se chama relacionamento. Sei também que aquilo que está em nosso interior, atrás do nosso rosto, sempre acaba saindo. Como será que está o nosso interior que tanto insistimos em ignorar?

Uma coisa eu sei, sei o que eu quero que minha vida exale. E sei que não é fácil viver assim todo dia. Não é facil fazer do Amor um verbo. Mas posso tentar com todas minhas forças. Posso redirecionar meus pensamentos, escolher amar quando tudo me manda fazer o contrário, conhecer o Amor, passar tempo com Ele. E saber que por mais que eu falhe, eu posso tentar de novo.

You should know by now,
That the darkest hour,
Is when your broken heart goes down.
It's a bitter end,
When the sweet begins,
But grace is sufficiency.




Maybe I'm just idealistic to assume that truth,
Could be fact and form,
That love could be a verb,
Maybe I'm just a little misinformed.


Let your love be strong, and I don't care what goes down.
Let your love be strong enough to weather through the thunder cloud.
Let your love be strong.

quarta-feira, 10 de março de 2010

A vida só é possível reinventada.

Solitude, whether imposed or voluntary, provides a theater of meditation.
-Douglas Dean


Embarquei sem opção nessa ida que é a vida. Permaneço e a descubro por escolha própria. Maior presente que já me foi concebido.


Às vezes olho cansada para esse presente, às vezes esse presente me machuca, há até ocasiões em que gostaria de jogar esse presente fora. Mas acabo sempre voltando ao meu lugar: sentada no chão do meu quarto, olhando fascinada para as minhas mãos, enquanto esse presente se transforma, mais uma vez, em algo totalmente desconhecido.

O novo me espera. Isso me deixa exultante. Não tenho medo do novo, às vezes ocorre sim certa ansiedade; porém medo, nunca. Nunca fui fã da rotina, fato. E agora que eu não sei para onde irei, o que farei, ou com quem, não sinto mais medo. Por mais estranho que pareça, eu não me sinto perdida, tampouco abandonada.

Sei que o que há em mim basta. Sim, meu futuro para mim, é incerto. Faço planos, penso, sonho muito mais. Porém eu não apenas espero, que uma dia aconteça, que uma dia eu vá, que um dia eu possa. Não estou mais presa. Estou me preparando, e esse proceso de capacitação pode até ser dolorido, contudo me tornarei mais forte.

Afinal, não importa o lugar em que eu esteja, seja atravessando um lamaçal ou voando pelos ares, o que importa é o que está dentro de mim. E isso sim é eterno, o restante desaparecerá.

Foto por: Steve McCurry

NOTICE

Resolvi retirar a poeira e exercitar meus dedos. Há quanto tempo eu não escrevia? Confesso que tentei em diversas ocasiões, sim. Porém, todas as vezes eu parava porque o texto estava ficando pessoal demais. Não que eu só escreva coisas tolas, ou bestas por aqui; muito pelo contrário. Cada palavra aqui colocada foi pensada e repensada e são bastante pessoais. Todavia, estive passando por uma área um pouco turbulenta nessa minha jornada. E de fato, tudo o que escrevi estava de certa forma danificando meu lado racional. Dadas as explicações, daremos continuidade.