sábado, 4 de julho de 2009

Eu sou um tanto cabeça dura.

Sério e de verdade.
Sempre acho que a minha maneira é a melhor, só mudando de opinião depois de exaustivas vezes errando. E adoro persistir no erro, até finalmente me entregar e mudar a antiga maneira de pensar/agir/falar/compreender.
Hoje eu mudei minha forma de compreender, mais uma vez. Quebrei a cara de novo, mas não de uma forma negativa.
...

Pensava que quando pedisse à Paciência um pedacinho de si, ela ia me chegar imediatamente voando em asinhas brancas. Mas não. A safada não veio assim.
Resolveu que seria muito mais proveitoso rebolar uma sementinha e ver se ela ia florescer.

- A idéia parece ser genial, Dona Paciência... O problema é que nunca se sabe a hora em que essa bendita semente vai querer brotar.

E num é que hoje eu finalmente vi um pedacinho de verde nascendo no meio do pedregulho?!

Eu hoje amei de verdade. Coloquei-me de lado, e junto comigo as minhas necessidades, inseguranças, medos e irritações. Resolvi fazer o que eu não queria fazer e dizer ‘sim’ pela manhã, quando queria dizer ‘não’. Coloquei o salto e saí andando, lado a lado com ela, em seu ritmo lento, em seu discurso ligeiro e penetrante. Eu ouvi, eu dirigi, eu ouvi dirigindo.

E a almejada paciência resolveu dar as caras.
Senti-me no topo do mundo. Será que conseguiria fazer isso mais vezes. Já diziam que a prática leva a perfeição...

Então à tarde eu resolvi colocar em dia toda a minha procrastinação. Traduzi. Palavra por palavra. Frases gravadas em mim. [The relevance of establishing regulatory framework specific to the sector of wind energy... The consensus proposal of the Charter of winds is based on… The need to maintain a high participation of renewable energy in the electric matrix…]
A paciência cresceu mais um pouquinho.

À noite resolvi me beneficiar novamente dessa minha agora amiga íntima.
Deliciei-me catorze, com menta caramelizada e banana com chocolate, ou era o contrário, gelados.
Beijei gelado, falei devagar.
Respirei fundo –inspira, expira- deixei o silêncio falar.
Abracei intenso, afaguei os cabelos, beijei respeito, beijei meu lar.
Olhei nos olhos, me expus sem medo, o fiz descansar.

“Fiz minha casa no teu cangote.
Não há neste mundo quem me bote,
Pra sair daqui
.”

Santa Paciência, rezei uma prece para você.



Estou completamente estafada. De mente e de corpo.
Mas hoje eu vivi além de mim.
Cada dia assim pra mim é uma conquista. O Amor sai como um urro de vitória.
Então eu digito essas últimas palavras, ando até a minha cama de espumas, leio aquele livro, decifro o outro, falo contigo.
Já é hora de deitar a cabeça no travesseiro e dormir, serena.



Como pode, no silêncio, tudo se explicar?!
Vagarosa, me espreguiço,
E o que sinto, feito bocejo, vai pegar.

3 comentários:

Quel Soares disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Quel Soares disse...

va imaginar o mundo como ele tem que ser.

vanessa disse...

Lindas palavras, Fernanda. E sábias.