Fecho os olhos e vejo aquele momento consumindo a minha retina.
Queimando tudo o que restou da realidade, mostrando vislumbres do contentamento inebriado da perfeição.
Aquela rua era desigual, cheia de falhas; magistral em sua simplicidade.
Continha uma árvore única que, comida por cupins, apenas aguardava o fim de seus dias. Enquanto isso, erguia-se com toda a sua dignidade e nos dava o abrigo desejado.
Olhei a rua deserta e um arrepio correu pela minha nuca, eriçando os meus anseios.
As gotas da chuva que caía atenuava o amarelo que irradiava do poste. A luz batia, os pingos viravam pequenos diamantes reluzentes na janela do carro.
A minha respiraçao era lenta e suave, meus olhos vidrados, nao estava pensando sobre o que deveria estar.
Em pensamento, eu voava longe, e era impulsionada pela sua gargalhada que ecoava dentro de mim.
Seus olhos nos meus; os meus longe daqui.
Queria apenas continuar para sempre naquele instante, e perpetuá-lo em mim.
Momento perfeito de felicidade extasiada. Ocasião singela em que palavras não são necessárias.
Apenas seus olhos nos meus.
Céu, cheiro e ar na cor que arco-íris risca ao levitar.
Vou nascer de novo,
Lápis, edifício, tévere, ponte.
Desenhar no seu quadril meus lábios
Beijam signos feito sinos.
Trilho a infância, terço o berço do seu lar.
Achei, vendo em você,
E explicação nenhuma isso requer.
Se o coração bater forte e arder,
No fogo o gelo vai queimar.
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3 comentários:
Parabens ta massa!!
Ocasião singela em que palavras não são necessárias.
Adoro esses.
Principalmente porque com minha tagarelize momentos assim são raros e memoráveis.
Tá lindo,Nanda.
"nao estava pensando sobre o que deveria estar"
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