quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Effigy.

As cordas que nos seguravam se soltaram de repente chicoteando a minha face e queimando a minha mão, que em vão tentava segurar o restava de nós.
Eu engoli você. E meu estômago revirou. Vomitei você, tirei você de mim.
Tempo; dia, hora, minuto. Segundos que não estão mais aqui. Primeiros que foram esquecidos e agora nem na lembrança existem mais.
Eu queria saber quem é você, que se esconde atrás do tão planejado sorriso. Cabelos revoltos, unhas não feitas e olheiras que revelam noites mal dormidas.
Estás inquieta, assombrada pelos próprios demônios; cansada de lutar essa batalha sozinha.
Ouvi dizer que a dor sempre vem, mas sofre quem quer. Você consegue fugir dela? Quando ela virar a esquina, você irá correr e mergulhar no mar?
Você consegue sentir o sol queimar a sua pele? Incinerando de dentro para fora. Essa bebida quente escorrendo pelas mãos deixa claro que não é assim que você irá se refrescar.
Vá! Pule no mar! Mas não espere que ele seja fundo e você não bata com a cabeça no chão.
Sim, todos olham para você. Você é estranha e não deveria estar aqui, nesse ninho de personalidades semelhantes.
O que te separa? Qual é a sua maior fraqueza? Esse é também o seu maior atributo.
Coma. Se delicie com essa bolacha seca. Sinta todos os sabores que nela não estão. Junte saliva na boca e a engula esse aglomerado de farinha. Você é o que você come; você é o que você coloca para fora.
Cuspa em meu rosto e mostre que eu não mereço estar aqui. Me lembre quem eu sou e o porquê que sou assim.
Não fale comigo. Suas palavras secas atravessam a minha alma como uma agulha fina na pele, sugando a minha vitalidade.
Mas não me despreze. Eu sou sua pessoa, e te conheço bem. Quero exatamente o que você quer, mesmo que seja o nada.
E agora eu estou aqui. Te olho pelo vidro refletor e vejo o medo em seus olhos.

Respire fundo e descanse, garotinha; eu nunca te abandonarei.

I'm a burning effigy,
Of everything I used to be.
You're my rock of empathy, my dear.
Hell is gone and heaven's here,
There's nothing left for you to fear.

Life's too short for you to die,
So grab yourself an alibi.
Separate your right from wrongs,
Come and sing a different song,
The kettle's on so don't be long,
Mon cher.

Your mind gets burned,
With the habits you've learned;
But we're the generation that's got to be heard.

-Robbie Williams

1 comentários:

Quel LOVE disse...

Esse texto ta muito foda!!
o espelho mostra o desejo dentro de si.