sábado, 29 de agosto de 2009

pensamentos coca-cola.

“I know it’s a big bad world out there but there is a paradise as well, a patch of blue sky between branches that appears as I swing-wing on my rainbow hammock in the garden green. Don’t cry, Ladybird, lift your little wing-cases and fly.”


Eu tento escrever pra você, mas não consigo.
É coisa demais pra se colocar em meras palavras.
E então eu tomo meu refrigerante desesperadamente. Desde quando EU tomo refrigerante???
Todavia, cá estou com a coca na mão, gole após gole me distanciando da realidade de ter que te responder.
Meus planos de hoje foram por água abaixo, ou diria, sono abaixo.
Me restou ficar em casa, com o computador.
Acordei desnorteada. Estava absorvida ainda por um belo sonho quando o celular tocou. Não, não era quem eu queria que fosse.
Mais ou menos acordada, eu ligo o computador. Leio a sua mensagem, ainda grogue, mas a cada palavra vai caindo a realidade. E que triste realidade.
Não sei se é a TPM, odeio dar créditos a ela. Mas o que eu li me afetou bastante. Era tudo o que eu não imaginava que você sentisse?
Como é que eu não me importaria. Você, uma dia, foi tudo pra mim.
E agora, depois de procrastinar, escrevendo esse post e bebendo a latinha inteira do refri; vou tentar expressar em palavras aquilo.
Aquilo que pensava que nem precisaria ser falado, ou escrito.

Lá vou eu.
Desejem-me sorte!
:*

terça-feira, 25 de agosto de 2009

"she's all dark and twisty inside"




E lá de cima de sua torre, a menininha viu aquele já conhecido rosto, vindo mais uma vez salvá-la das correntes que ela mesma colocou em si.
Aquele lindo rosto determinado, incansável, totalmente e completamente amável.
Como era possível que ele continuasse tentando? Derrubando os muros, passando pelo jardim de espinhos, nadando através do rio gelado e escalando toda a altura daquela torre, somente para livrá-la dela mesmo.

Ela tinha medo. Medo de se machucar, de tentar. Medo de que ele a visse por quem ela era; sem os vestidos bonitos e o cabelo arrumado. Sem o sorriso forçado, e as palavras medidas. Medo de que ele visse e não gostasse.
Então ela fugia. Ele ia atrás.
Ela fugia de novo. Ele ia atrás.
Ela fugia mais uma vez. E ele ia atrás.

Quanto tempo mais ele iria aguentar, se ela mesmo não se deixava amar?

Ela morria medo. Medo de que descobrissem que na verdade ela era entediante. Ou que ela nem sempre estava tão alegre.
Ela morria de medo e o medo a matava.
Dia após dia, lentamente ela morria. Gradativamente acreditando que o medo era seu aliado e que todas essas mentiras sobre si eram a realidade.
E lá estava ela, algemada à pedra fria da solidão, quando viu aquele rosto reluzente, o sol se pondo por trás. Mais uma vez ele veio.

Mais uma vez ela fugiu.



Muito tempo se passou, e a vida seguiu como estava.
A garotinha continuou acreditando nas mentiras do medo, e continuou fugindo; não se permitindo ser amada.

Certo dia, ela resolveu ir atrás dele. Desceu de sua torre, atravessou o rio, e o jardim de espinhos, derrubou os muros e correu. Mas não sabia para onde ir, sempre acostumada com ele vindo salvá-la. Entrou então em uma densa e escura floresta e caminhou por horas à fio. No meio do caminho, já cansada, parou para respirar um pouco. Pretendia continuar a caminhada, ir atrás daquele que sempre a amou. Todavia o tempo não concordou. A hora da menininha havia chegado.

Deitada na terra fria, a cabeça sobre uma raiz de árvore, ela respirou pela última vez, apertando forte a mão de alguém que ela não conseguia mais ver, para enfim, soltá-la para sempre.

Ele estava lá. Ele sempre esteve lá. Havia ido atrás dela mais uma vez, sempre amando, sempre esperançoso que dessa vez, ela iria deixá-lo penetrar as suas camadas de auto-proteção.
Ao ver a sua menininha correndo para a floresta, ele havia ido atrás dela. Quando a viu caída no chão, sem forças, ele correu até lá, mas foi tarde demais. Ela já havia partido, e levado com ela o seu coração. Ainda apertando a sua mão sem vida, ele sentiu que havia algo que ela segurava. Um papel, e nele estava escrito:

“Você me fez enxergar além da minha própria escuridão.
Sei o quanto demorei, mas agora eu estou pronta.
Espero que me perdoe.

Para sempre te amarei.”

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

dry tears and wet rain.

A vida não é um conto de fadas.
Por mais que eu sonhe, queira muito e até imagine; sempre acabo caindo do meu castelo nas nuvens.


Não é fácil ser um sonhador. Estar sempre a um passo da realidade. Ter como presente o segundo que está por vir, virando a esquina, mas nunca exatamente aqui. Acreditar que ainda se pode transformar a terra, por mais desesperançosa que ela pareça. Que serás bem-sucedido na vida, independente do dinheiro. Ou que ainda há pessoas boas nesse mundo de cão. É, não é fácil sonhar.

Quando pequenos, somos ensinados a usar nossa imaginação, na hora de brincar, de aprender; e então carregamos isso ao longo de nossas vidas. Quando mais crescidinhos, aprendemos na escola a acreditar nos fatos, na ciência, onde tudo tem que ser comprovado, onde algo só é real se puder tocar, ver, sentir, medir, etc.

Esmagam a nossa imaginação. Nossos sonhos ficam remetidos à nossa velha infância. Entretanto, há aquelas pessoas que não se livram dela. Pois tornaram a imaginação algo essencial em suas vidas. Não, não falo de pessoas com problemas mentais, que têm a necessidade de criar mundos aleátorios ao seu para poder conviver com a realidade. Discorro sobre idealistas, pessoas que acreditam no “impossível”, que não deixam o pessimismo dos outros afetar os seus sonhos.

Sou uma sonhadora nata. Ainda acredito que uma dia conseguirei voar. E que acabarei com as injustiças contra as crianças do mundo inteiro. E os adultos. Acredito que todas as pessoas podem ser boas, e podem amar mais. Sim, eu acredito no amor. Pode me chamar de tola, sonhadora e ingênua. Mas creio que o amor pode mudar o mundo.

Só que nem sempre é fácil acreditar que tudo isso irá acontecer. Tem dias em que fico tentada a passar pro outro lado, deixar o ceticismo me dominar. Há dias, como hoje, em que me sinto fraca, impotente. E que mesmo segura, no calor de seu abraço forte, enquanto cai a chuva lá fora, eu olho pela janela e me sinto semelhante. Dividida em milhões de pedacinhos e pequena demais para que com uma gota apenas, eu consiga 'molhar' alguma coisa.



Depois da tempestade vem o final feliz…

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Overwhelmed.


É estranho. Não tenho outra palavra para expressar e nem quero que ela denote um tom negativo. É simplesmente estranho.

Perceber que enquanto você achava que não era tão importante, ou que não fazia a diferença para muitas pessoas, você é, na verdade, o total oposto disso. Ou se dá conta que você marcou sim a vida de alguém, por mais breve que tenha passado por ela. E que há pessoas que ainda tem consideração por você. Ainda te querem por perto, ainda acham você o máximo, por mais que você mesmo esteja cansado de si.

Não aguento mais tentar chegar a conclusões, buscar sempre respostas ou motivos para eu me sentir de certa maneira. Vou apenas falar o que está dentro de mim querendo sair, ainda que nem tudo possa ser dito.

São mais de vinte anos ao meu lado e acho que cansei de mim. Sempre aquele mesmo par de olhos esbugalhados me olhando de volta no espelho. E embora o ambiente mude, ou até mesmo o meu corpo, por dentro eu ainda sou aquela mesma pessoa, e tem dias que cansa conviver sempre com ela. Às vezes perco o encanto por mim mesma, começo a achar que sou chata, entediante e sem personalidade. Então uma dia como hoje acontece, em que pessoas aleatórias entram em cena para me lembrar quem eu realmente sou. Única, valorizada, amada.

“Você não se dá crédito o bastante... E você é linda.”, escreveu ele, entre outras coisas, há muito tempo atrás. Por alguma razão a sua mensagem só chegou em minhas mãos hoje, logo hoje.

"Eu me apaixonei por você. Eu te amo agora. Eu já não te amo mais. Eu vou te amar para sempre. Eu a amo; ela me lembra você." Tudo isso hoje eu escutei.

E se você descobrisse que eu te amo? Se descobrisse que você me inspirou a escrever alguns textos e frases soltas? E que eu tenho medo de falar com você, ou simplesmente te abraçar apertado? Que eu receio dizer aquilo que me atormenta quando deito a cabeça no travesseiro; a escuridão de mim.
E se fosse verdade, se fosse possível?

Será?




Há em mim palavras inconfessáveis
Que dizem do meu ser escondido
São atrozes e a ti não toleráveis

Meus segredos são tesouros perdidos
No baú do tempo, indecifráveis
Há em mim mistérios indefinidos

Nada nos deixa tão solitários
Quanto nossos segredos perdulários

-Paul Tournier



Não tenho respostas.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dryness.

Wherever did you hide from me?
Where is this wonderful place you sited your tent?
Tell me so I may flee with thee.
Full of wonder.



Ainda me lembro daquele calor.
Aquela hora de meio-dia que se alastrava da manhã até a noite.
O gosto da terra seca na boca, mesclado com a suave essência dos corpos tingidos pelo sol.
Estava em uma terra distante.

Pouco eu entendia do que falavam, menos ainda eu revelava de mim.
Meu corpo guardado, junto com o sorriso e a tagarelice inerente.
Alí, era mais sábio apenas observar.

Meus olhos atentos, acostumaram-se com a areia que invadia sem pedir permissão.
Habituaram-se em enxergar somente o bege que predominava, caracterizando as almas descoloridas pela guerra dos homens.
A sede era abundante, e água simplesmente não saciava.

Onde estava a vida?
Será que ela também havia fugido desse lugar, na esperança de sobreviver à matança que permanecia viva nas memórias daquele povo sofrido?
Gostaria de poder abraçá-los e dizer que tudo ficará bem. Ah, como seria bom acreditar nisso!
Soprá-los um pouco do riso que transborda da minha alma.

Que lugar único, que povo valioso.
Memórias vívidas de momentos compartilhados com estranhos.
Cada um meu professor, mestre da vida. Carregam com si as dores de um passado manchado pelo sangue.
Entendo, então, porque o bege pra eles é bom. Denota a calmaria depois da tempestade.
A esperança de mais um dia vivido.


Eu nunca esquecerei.
Aqueles olhos marejados de palavras gentis.
A mão sempre disposta a ajudar, a dar, ainda que seja tudo que possuem.
Seus sorrisos escondidos pelo medo, pela força da religião.
Uma luz, ainda que pequena, brilhava em meio a escuridão intensa.
E isso eu nunca esquecerei.


Como um campo de girassóis no meio do deserto.
Ou o portão colorido que o convida para entrar.
Estava em uma terra distante; estava em casa.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Smile at our sweet, sweet selves.

Acredito que eu esteja ficando cada dia mais doce.
E nem de doce eu gosto.

Coisas que antes eu não suportava, agora já me apetecem.
Rosas, por exemplo. Nunca gostei de rosas. Prefiro um copo de leite, uma margarida ou um girassol. Mas ontem eu ganhei uma única rosa branca, ou seria rosa branca única. Singelo ato que me fez sair do meu isolamento.
E nem da cor rosa eu gosto. Acho chamativa e fresca demais. Todavia, me vejo cada vez mais atraída pelos tons pastéis, rosa incluso. Logo eu que sempre fui uma garota que gosta de cores fortes, azul marinho, preto e cinza.

Eu estou mudando. Vejo isso acontecendo em diversas áreas da minha vida. Talvez seja o clima de romantismo devido ao planejamento do casamento. Não, não é meu, longe disso; é da minha irma. Passo o dia vendo rendas, flores, vestidos e tudo o mais que compõe aquele dia especial.

Descobri, recentemente, que quem me ver de primeira, sempre sai com uma visão errada de mim. Não sei o motivo, mas sou uma daquelas pessoas que não se conhece em um dia, nem em uma semana. E que adora surpreender, quase tanto quanto gosta de que as pessoas a surpreendam, ainda que seja num simples ato de sorrir, quando tudo indica o contrário.

Sou uma menina que ama demais; talvez esse seja o meu problema. Tenho a memória curtíssima para as coisas ruins que já me aconteceram, e isso me faz não conseguir ficar com raiva de alguém por muito tempo.

Tempo. Não temos um relacionamento muito bom. O imediatismo é meu amigo constante, quase tão presente quanto a impulsividade. Ajo muito sem pensar previamente, e acho um saco ter que parar pra arquitetar o que preciso fazer, ou falar. Isso quase sempre me faz cair em enrrascadas. São incontáveis as vezes que falei merda, merda mesmo, pra alguém e só depois me dei conta da idiotice que fiz, e muitas vezes foi tarde demais para conserto.

Tem coisas que só acontecem comigo. Juro a você. Sou um imã pra desastres. Só não sou pior que um emo amigo meu, porque ali não tem mais jeito (rsrsrs :P). Estar em público pra mim é sinônimo de desgraça. Sei que se eu comer algo, vou derramar na minha roupa nova, e que a probabilidade de eu tropeçar do salto na frente da família inteira do meu namorado é de 99,9%. Tento ser graciosa, talvez até engane os olhos de principiantes, mas qualquer um que me conheça sabe o quanto eu não possuo certos dotes femininos. Talvez seja por isso que eu virei a cara e não ri, ontem, do homem gordo que não viu a corrente na altura de seus joelhos, devido à sua grande barriga, e tropeçou no meio da rua. Talvez seja esse o motivo, que eu me compadeci de sua situação.

Mas desde cedo eu aprendi a rir de mim mesmo. E olhe que as vezes que eu ri mais em toda minha vida foram sozinhas, de mim. E o pior é que não tem um pingo de graça falar pra alguém depois, você simplesmente tinha que estar lá na hora para ver a cena. Sem falar que adoro lembrar de certos episódios e me pegar rindo again, do nada, geralmente em momentos inoportunos. Me chamem de louca, pode chamar, sei que sou mesmo. O conceito de normal se baseia na maioria, e a maioria nem sempre escolhe o melhor caminho ou a melhor atitude. É bom ser diferente, ser você, ainda que desastrada e sem jeito, ainda que impulsiva e carregando um bocado de erros nas costas.

Sei que nunca vou ser aquela garotinha meiga, caladinha, mignon e sutil. Sei que nunca vou escutar mais do que eu falo, nem que vou aprender a não errar somente observando os erros dos outros. Jamais falarei tudo somente pelo olhar, acho que jamais falarei tudo que gostaria. Nunca serei aquela que sabe exatamente o que falar, quando rir ou não rir, especialmente não rir; ainda mais eu que acho a vida tão engraçada.

Talvez eu nunca consiga ser uma lady, uma princesinha como ela deve ser. Só sei que, mesmo com esse meu jeito atrapalhado, me sinto mulher, feminina, as vezes até fofa. Gosto de me sentir abraçada pelas pessoas, mais do que gosto de abraçar, e olhe que eu não resisto a um abraço.

E ultimamente, sim, tenho me sentido doce. Por mais que seja um daqueles que é todo crocante e desigual por dentro; entretanto, doce. Talvez seja a trilha sonora atual da minha vida, de melodias de piano, sem palavras. Calmas, doces, profundas. E que deixa espaço para eu compor a letra,mesmo que seja silenciosa, de acordo com o que passo no momento.

Eu simplesemente me recuso a viver uma vida pacata, triste e sem amor. Não quero bater na mesma tecla que os outros, ou seguir o mesmo ritmo de tambor. E sei que ainda vou errar muito, levar muitos tapas na cara e rir de todas as minhas mancadas. Mas também sei que toda vez que eu encontrar alguém que olha pra mim e não me compreende, vou continuar feliz e satisfeita com quem eu sou.




Agora preciso de um pouco de água.
Acontece, depois do doce.
:*

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sun-kissed promises.

Courage doesn't always roar. Sometimes courage is the quiet voice at the end of the day saying, "I will try again tomorrow.”


Deitada em sua cama de pérolas, na mais alta torre de toda a cidade, a garotinha suspirou.
Tentou abrir os olhos mais uma vez para a claridade que hoje a incomodava. E esperou aqueles exatos três segundos para se acostumar com a luz solar que invadia sem pedir permissão.

Ainda que não fosse verdade, hoje pra ela era um dia de chuva.
E dia de chuva se fica na cama, embaixo do edredom.
Ela não queria sair de casa, sequer sair de seu quarto e deixar as vozes distantes que a chamavam se tornarem reais.
Hoje não tinha forças para enfrentar o mundo caótico que cospia sons em sua janela.

Então a menininha preferiu continuar em seu mundinho irreal, de contos de fadas, campos de flores silvestres e aconchegos. Escolheu transformar os gritos e reclamacões que batiam em sua porta em lindas poesias de amor. Confortou seu coração, dizendo que tudo ia ficar bem; que sempre existe amanhã.

Pena que não se pode viver assim para sempre.


Porém.
Se me deixassem usar calças feitas com a
grama recém-cortada deste lugar,
eu o faria.

Se me deixassem agarrar
cada um dos eucaliptos desse bosque mágico,
eu juro que o faria.

Passei estes dias suando orvalho,
chapinhando a borra,
esfregando o queixo na casca das árvores,
pensando serem as pernas do meu mestre.

Não consigo entrar o suficiente.

Se me deixassem comer o chão desse lugar
servido em um leito de ninhos de pássaros,
eu comeria só metade do prato,
e depois passaria a noite inteira dormindo no resto.

-Elizabeth Gilbert (adaptado)






It takes more courage to face the world than to hide from it.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

to love.

Love is patient, love is kind. It does not envy, it does not boast, it is not proud. It is not rude, it is not self-seeking, it is not easily angered, it keeps no record of wrongs. Love does not delight in evil but rejoices with the truth. It always protects, always trusts, always hopes, always perseveres.




O medo nos isola, o orgulho nos faz perder.
Amar é uma escolha e não um sentimento.
É optar por perdoar ou agir de forma amável independente da atitude do outro.
Amar, ainda que naquele momento, ele não mereça.
É muito difícil? Sozinho, é sim.

Como conseguirei continuar, senão permanecendo na Fonte crua do Amor?
Pode-se compreender e viver esse Amor através apenas das minhas próprias forças?
Impossível.

Desde 2007 eu escolhi Amar.
Desde 2007 eu me deparei com todo tipo de situação que me faria querer fazer qualquer outra coisa, menos Amar. E eis que, outra vez, eu coloco a minha vontade própria de lado, meu ego, a Fernanda lá de dentro que adora pensar só nela; e viro a outra face.
Me exponho novamente, para talvez ser ridicularizada, enganada ou machucada. Talvez sim. Mas também poderei ser amada de volta, valorizada.
E eu quero correr o risco.
E o medo? Ainda tá aqui.
O Orgulho? Acabei de empurrar pela janela com o fim da ligação.

Escolho amar. Escolho perdoar. Escolho mostrar quem Você é através da minha vida. Escolho viver além das minhas pacatas necessidades e inseguranças.
Não é nem questão de ser a pessoa maior ou mais sábia, na situação. É sobre o total oposto disso. Viver aparentemente como um tolo, mas viver o Amor.
Não importa o que pensam de mim, podem achar que não devia ter esquecido o ocorrido, ou que devia fazê-lo sofrer como eu sofri. Talvez devia até digitar um the end e continuar na minha busca pelo Amor sozinha.
Mas não vou fazer o que querem, ou o que muitas vezes eu mesma quero.
Vou Amar. Escolho Amar.

E sei que essa decisão trará as suas consequências. Como cada fase que se passa em um video-game, a próxima sempre será mais complicada, mais difícil. Sei que minha busca pelo Amor, por conhecê-lo, não está nem perto de terminar. E que com essa fase vencida, virá outra com um desafio ainda maior. Irei enfrentá-lo de peito aberto, sem escudo, sem pedras nas mãos. Pronta para Amar novamente, independente da maneira que ele exija que seja.

Dessa vez, veio na forma de um furacão. Fez barulho e e deixou tudo de pernas pro ar, sem base.
A bagunça permanecerá até alguém resolver começar a limpar.
Novo dia, esperança no amanhã.

Escolho sim, amar.

domingo, 9 de agosto de 2009

A bitter aftertaste.

Tento ainda engolir esse pedaço preso à garganta.
Mas cada vez que passo a língua o gosto amargo trava até a minha respiração.
E por mais que eu sorria e diga que está tudo bem, a verdade é que eu não sei.

Tenho medo. E motivos para assim ficar.
Não consigo mais ser vulnerável, te olhar nos olhos e dizer aquilo que passa dentro de mim.
Necessito mesmo de um tempo para retomar a confiança perdida.

Amar é uma escolha.

E eu escuto tudo; as palavras doces, as frases olhadas. Sinceras?
Enquanto parte de mim quer acreditar, a outra levanta seu escudo protetor.
Isolada em meio à multidão.
Deitada numa cama de sangue. Fecho os olhos para esquecer essas imagens que dançam soberbas sobre mim.
Embebedada de amor, dilacerada; e abraçada com um anjo caído.

Não consigo fugir desse rosto conhecido.
Que veio à 120km/h naquela moto preta e me atropelou.
Caiu em cima da minha perna, mas quebrou meu coração.


Entregue ao meu torpor, eu fecho os olhos novamente para tentar esquecer essas imagens soberbas que ainda dançam sobre mim.
Numa vã tentativa de me segurar à algo firme, reconstruir o fundamento de nós dois.
Será mesmo que foi tudo em vão?

















Amar é sim, uma escolha.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

I don't quite know how I feel.

E quando eu menos esperava, meu mundo desabou.
Num turbilhao de palavras escritas, agora umidecidas pela dor.
Não, não foi você quem escreveu. Não pode ter sido você.

Foi.

Não sei se conseguirei conviver com esse fato.
Queria vomitá-lo da minha vida, expulsá-lo de mim.
Como pude ter sido tão ingênua?

Mas, foi você.

Tentei esquecer, acreditar no que me disse.
Mas como o vômito que sai de mim, carregando com ele o meu coração;
No fim, resta apenas o nada.
Vazio, a dor dormente.

E como eu disse antes, fique com elas. Com ela.
Pode ficar.




Nesse recinto eu não me faço mais presente.

Goodbye, dear.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Hello sunshine.

Hoje vi o sol nascer.
Não, não foi culpa da insônia. A vencedora da luta ontem fui eu.
Acordei exatamente às 04h23min. Dormi sete horas seguidas, ininterruptas e imperturbáveis por sonhos malucos, pesadelos ou anões.
Não queria levantar, unicamente pelo fato de ainda estar escuro, silêncio inato da madrugada.
Foi então que após quinze minutos deitada, olhando para o teto levemente iluminado, resolvi que ficar deitada de olhos abertos não me levaria a nada.
Não que eu precisasse chegar algum lugar, naquele exato momento.

Então resolvi passar tempo comigo mesma.
É estranho pensar em como nós fazemos tudo para não ficar fazendo nada. Parece que, ainda que inconsciente, passamos a nos evitar.
Muitas vezes não conseguimos sequer parar, e passar algumas horinhas simplesmente contemplando a nossa existência. Conhecendo-nos. Processando as informações que recebemos durante o dia. Repassando fatos e pensando em nossas atitudes. Ou simplesmente tentar fazer calar a mente, ouvir o sossego eloqüente de você. Falar com Deus.

Alguns chamam isso de meditar. Eu sinceramente, não quero limitações.
E chamar esse tempo de alguma coisa, é tentar colocá-lo dentro de um padrão. E esse tempo é um tempo livre pra eu ser quem eu sou, fazer o que quiser; um tempo pra mim, ou melhor, para eu e Você.
Quero apenas respirar, e continuar nesse vácuo de significância.

Deixar partir as coisas ruins que carreguei comigo no dia anterior. Perdoar.
E me preparar para mais um dia, mais uma enxurrada de pessoas, atuações, aforismos e expressões.
Conseguir penetrar além da camada superficial de cada um, até da minha; e amar.
Simplesmente amar.

Como se isso fosse simples...
A verdade, é que é simplérrimo, nós é que complicamos. Porque temos que abrir mão das nossas vontades, do nosso ego, do nosso EU que teima em querer fazer tudo pra si mesmo.
Então colocamos o status de inalcançável, impossível, difícil demais. Simplesmente para não termos que assim agir.
Mas não seria esse todo o propósito de nossa existência? Viver em relacionamento. Com Deus, família, amigos, amores, até pessoas desconhecidas. Temos a capacidade magnífica de influenciar outras pessoas, deixar uma marca em suas vidas. E que coisa melhor existe senão o amor? Agir exatamente como elas não esperam de você, quebrar barreiras, viver além de sua própria e pacata existência.
Não sei você, mas eu quero isso.
E hoje acordei inspirada.

Talvez seja a boa noite de sono, ou essa linda alvorada.
Pode até ser que seja o bom banho tomado, ou o café da manhã delicioso.
Só sei que eu estou aqui, com o cabelo molhado ainda pingando nas costas, um sorriso no rosto só pelo fato de eu estar viva, e atrasada em me arrumar para ir para aula. Tirei esses dez minutinhos para escrever e passar adiante o meu contentamento.
Pois eu quero muito mais do que apenas engolir o meu próprio ar.


Be Love. :)

let love shine.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

light of the dawn.

Fico perplexa com a maneira de meu organismo agir, ou melhor, reagir, a determinadas situações.
Como o psicológico afeta o físico, e vice e versa.
Quando fico ansiosa, passo a noite sem dormir. Por mais que tenha sono e meu corpo esteja exausto; resta apenas o silêncio da madrugada sendo estilhaçado pelo digitar dos versos que recheiam esse blog.

Amanhecer.
Novamente o sol nascendo. Ele, como de costume, surge delicadamente, vagarosamente.
Esplendor dos deuses. Delícia secreta da insônia.
De longe, magnífico. De perto, intensamente apavorante; esfera de fogo insaciável.
Mais uma entre as bilhões de estrelas no nosso universo. Aquela singular, instituindo a nossa existência. A dona da História.

E por ela já se viu passar todos os grandes momentos da narrativa humana. Todas as conquistas, e as injustiças. Homens admiráveis, uns terríveis, e outros simplesmente apagados pelo tempo.
Apenas um sopro perdido no infinito.
E assim sou eu. Breve alento da existência.
O que farei dele hoje?

Antes de qualquer outra coisa, necessito dormir.

Todavia, o sol permanecerá.
Ainda que encoberto por multidões.


“For we, we are not long here,
Our time is but a breath,
so we better breathe it.
And I, I was made to live,
I was made to love,
I was made to know you.”

domingo, 2 de agosto de 2009

O velho. E o novo.



Essas palavras não saíram da minha cabeça o dia inteiro.

“O que devo comprar pra mim, pra ele, pra ela?
O que devo comer? Experimentar?
Novos cuidados, novos olhares, novos sapatos?
Amigos novos, beijos e abraços.
Lugares distintos, lugares aqui perto.
Novas emoções.”


E nesse ritmo acumulo coisas novas na velocidade da luz.
E as coisas antigas, para onde vão?
Melhor esquecer, permanecer, deixar no fundo da memória até a hora oportuna?
Acho que não. Percebi que todas essas coisas fazem parte de mim.

Sou aquela mesma menina que aos treze anos beijou pela primeira vez e odiou, sem falar daquela halls vermelha que quase engoli.
Sou também aquela que já bebeu e esqueceu e já bebeu pra esquecer.
Já doei minhas coisas, já doei meu tempo e com ele a minha paciência.
Briguei de gritar, de arrancar cabelo e puxar até o chão.
Perdi amigos, amores e animais de estimação.
Já chorei demais e guardei meu choro mais ainda.
Já li muito, vi mais filmes, maratona de 4 no cinema em uma dia só.
Cortei, pintei, alonguei e ainda tenho cabelos.
Já me senti feia, bonita, gostosa e gorda. Tudo em um dia só.
Já amei sem ser amada. Já os machuquei. E me machuquei.

Situações e pessoas que marcaram momentos perdidos no tempo, mas não na memória.
Todas elas fazem parte de mim, me fizeram ser quem eu sou e eu não abro mão.
Boas lembranças, as ruins também. Crescer, amadurecer, amar, sorrir, chorar; viver.
Não posso pedir nada diferente de você.


Sei que às vezes sou completamente egoísta.
Mas espere 5 minutinhos, e eu reconheço que errei.
Mais uma vez.

Desculpe dear, continue com elas, e fique bem.
;)